Como organizar uma viagem internacional sozinho

Organizar uma viagem internacional sozinho sem a ajuda de uma agência de viagens pode parecer um bicho de sete cabeças para quem nunca fez isso antes, mas acredite, não é. É bem clichê o que eu vou dizer agora, mas não consigo fugir do “se eu consegui, você também consegue”. 

Eu tenho alguns amigos que têm o desejo de organizar uma viagem internacional sozinhos e eles sempre me pedem dicas. Como dica boa é dica compartilhada (desculpe-me pelo segundo clichê em menos de dois parágrafos), vou ensinar o passo a passo de como organizar uma viagem internacional sozinho sem a ajuda de uma agência. 

1 – Defina um orçamento.

Definir um orçamento é o primeiro passo para começar a planejar sua viagem. Isso é muito importante, se você, assim como eu, não é rico (rs). Para nós, pessoas de orçamento limitado, definir a quantidade máxima de dinheiro que podemos gastar é importante não só para não voltarmos da viagem endividados, mas também para definir qual destino cabe no nosso bolso. 

E não pense que isso é uma grande limitação, ok? Na verdade, esse é o caminho para que você possa viajar para o destino dos sonhos e não se prender a um lugar que parece ser mais barato. Vou te explicar o porquê no próximo tópico. 

 
2 – Dentro desse orçamento, pesquise possíveis destinos

Quando fiz minha primeira viagem internacional, a ideia era aproveitar que uma amiga morava na Irlanda para visitá-la, assim eu economizaria com estadia nos primeiros dias. Depois nós escolhemos outros dois países próximos à Irlanda para visitar. Acontece que, durante o planejamento com base no orçamento que tínhamos, percebemos que ir para Seul, na Coreia do Sul, sairia o mesmo valor! E esse sim era nosso país dos sonhos, porém achávamos que era algo muito difícil de acontecer. E não foi assim. Alguns meses depois, estávamos realizando nosso sonho de dorameiras de conhecer Seul!

Portanto, não tem mistério. O segredo é sentar na cadeira, pesquisar e fazer contas.  

3 – Tire o passaporte ou verifique as condições da sua carteira de identidade

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Em junho de 2024, o valor do passaporte está custando R$257,25. Se esse é um valor que fará diferença no seu orçamento, opte por viajar nos países que compõem o Mercosul, pois brasileiros não precisam de passaporte para visitá-los. São eles:

  • Argentina
  • Bolívia
  • Chile
  • Colômbia
  • Equador
  • Paraguai
  • Peru
  • Venezuela
  • Uruguai

Não precisar de passaporte facilita muito a vida, porém é preciso estar atento às condições da carteira de identidade para entrar nesses países. Ela deve estar conservada e a foto deve ser atual. Esteja atento também a data de emissão, o ideal é que tenha menos de dez anos para que a foto esteja atualizada. 

E atenção: a CNH não é aceita! O documento a ser usado para entrar nos países do Mercosul é o RG. 

4 – Pesquise a necessidade de visto e os valores

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Alguns países exigem visto para liberar a entrada de brasileiros e, algumas vezes, o valor pode ser bem salgado. Sem contar que não há garantia nenhuma de que você conseguirá o visto. Confesso que esse é o motivo de eu não ter os Estados Unidos na minha lista de lugares para viajar.

Em junho de 2024, a taxa para tirar o visto americano é de 185 dólares. Convertendo para a  moeda brasileira, isso fica em torno de mil reais! Isso fora os gastos com a viagem até uma cidade que tenha um Consulado dos EUA. No Brasil, existem cinco capitais onde se pode tirar o visto estadunidense. São elas: 

  • Brasília
  • Porto Alegre
  • Recife
  • Rio de Janeiro
  • São Paulo

Claro que, se conhecer os Estados Unidos for seu maior sonho, invista nisso!

5 – Pesquise os documentos necessários para entrar no país

Mesmo que o país não exija visto, existem outras exigências. Por exemplo, para entrar no Espaço Schengen, na Europa, são obrigatórios documentos como passagem de volta, comprovante de estadia, seguro saúde e outras exigências.

É muito importante verificar essas documentações, pois sem elas você por “dar de cara na porta” do país e voltar para sua casa frustrado. 

5 – Compre a passagem

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Comprar a passagem dá aquela sensação de “agora vai”. Para conseguir o menor preço, eu gosto de utilizar sites como o Voopter que possui um alerta de preços para os destinos que você deseja visitar. 

Para ter um panorama geral dos valores, eu gosto de usar o bom e velho Google Flights. Outra dica que eu sempre dou é comprar diretamente com a companhia aérea. Passagens internacionais são caras e, além disso, você está realizando o sonho de uma vida inteira. Sendo assim, não vale a pena correr o risco de algo dar errado e tudo ir por água abaixo, certo?

Também é importante comprar a passagem com antecedência. Eu costumo comprar uns quatro meses antes. 

Cuidado com o visto de trânsito!

Dependendo do destino escolhido, é necessário fazer conexão em outro país. Porém alguns países exigem visto de trânsito até mesmo para quem só vai ficar dentro do aeroporto aguardando. Sendo assim, é melhor escolher um trajeto que não passe por esses países.  

6 – Se for parcelar, parcele apenas até a data da viagem

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Se você ainda não conseguiu juntar todo o dinheiro da viagem e vai precisar parcelar, a minha dica é que você se organize de uma forma que consiga quitar tudo antes de embarcar. O blog não é sobre educação financeira, mas acho um alerta válido, afinal não deve ser muito bacana voltar para o Brasil todo endividado. 

7 – Pesquise os bairros mais próximos dos pontos turísticos

Pesquise quais pontos turísticos você deseja visitar. Na maioria das cidades, as principais atrações ficam concentradas em lugares próximos. Anote quais são os os bairros mais próximos dos pontos turísticos, pois isso será importantíssimo para o nosso próximo passo que é a reserva da hospedagem.  

8 – Reserve a hospedagem

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Ao pesquisar hospedagens para reservar, você vai perceber que normalmente as mais distantes dos pontos turísticos costumam ser mais baratas. Isso pode ser uma vantagem se houver transporte público por perto. Eu, por exemplo, sempre opto por me hospedar em lugares que tenham estação de metrô próximas, pois andar de ônibus em outro país me parece mais complicado. Além do mais, o metrô é muito mais ágil. E quem está viajando não quer perder tempo preso no trânsito. 

Eu sei que a maioria das cidades brasileiras não tem metrô e pode parecer difícil decifrar aquele monte de linhas coloridas, mas não é não! E, outra vantagem do metrô é que, mesmo que você se perca, você pode voltar para onde saiu sem precisar pagar uma nova passagem. 

Coloque na ponta do lápis se a economia será vantajosa. Às vezes o valor que você vai pagar com transporte é o mesmo que você gastaria hospedado em um local mais próximo em que é possível fazer muitas coisas a pé. 

Outro ponto importante sobre a hospedagem é avaliar a segurança do bairro. Ler as avaliações dos hóspedes vai te salvar de muito perrengue! 

9 – Faça o roteiro da viagem  conforme a proximidade

O Google Maps tem um recurso muito legal que vai te ajudar a fazer um roteiro de viagem conforme a proximidade dos pontos turísticos. Você pode favoritar os lugares que quer visitar e inclusive separá-los em categorias. Dessa forma, quando você abrir o maps, vai poder visualizar a localização desses lugares com maior facilidade e assim montar o roteiro de viagem perfeito!

10 – Não viaje sem um seguro viagem

Muitos países não têm um Sistema Único de Saúde (SUS) que atende gratuitamente qualquer pessoa assim como nós temos no Brasil. Sendo assim, você pode escolher economizar agora, mas, se qualquer imprevisto acontecer, você também pode voltar para o Brasil com uma dívida gigantesca de serviços médicos. O que era pra se tornar boas memórias, vai virar seu maior pesadelo.

Existem sites que comparam os melhores preços dos seguros. É algo muito simples de fazer, eu não considero caro e vai te proteger bastante!

11 – Pesquise e ensaie as perguntas para passar na imigração

Não tem jeito, passar pela imigração sempre dá um medinho. Todo mundo está cansado de saber que o segredo é manter a calma, mas pra isso acontecer você precisa estar preparado.

Pesquise vídeos em que pessoas contam suas experiências na imigração do país que você vai visitar, veja quais são as principais perguntas, o que não dizer na hora de responder. Ensaie as perguntas e as respostas que você vai dar e, principalmente, esteja seguro quanto às informações. Eu mesma já passei perrengue na imigração da Holanda por não saber o nome de um jogador do Benfica, mas essa história é longa e fica pra contar outro dia (rs). 

12 – Aprenda frases básicas na língua local

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Não interessa em qual parte do mundo você esteja, as pessoas sempre vão apreciar alguém bem-educado. Então, se esforce para aprender as famosas palavrinhas mágicas: “olá, obrigado, por favor, desculpe, com licença”. Também vai facilitar a sua vida saber algumas frases básicas como “quanto custa isso?”, “eu não sei falar seu idioma, desculpe-me”. Mesmo que você não pronuncie tão bem as palavras, aposto que os locais vão apreciar sua tentativa e tentar lhe ajudar. 

13 – Leve a moeda local em espécie e no cartão

Hoje em dia com os bancos digitais é muito fácil adquirir moedas de outros países. Há poucos anos, nós tínhamos que ir até uma casa de câmbio e fazer a troca. Mas isso mudou, a oferta de bancos que oferecem uma conta internacional é imensa. Eu uso o cartão da Wise, por exemplo. 

Porém é importante se precaver e levar dinheiro em espécie, afinal você pode perder o cartão, ir para algum destino em que ainda existam estabelecimentos que só aceitam dinheiro, enfim, precaução nunca é demais.

14 – Pesquise a melhor forma de usar internet no smartphone 

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Quando viajei para Buenos Aires, fiquei dependendo só da wi-fi dos estabelecimentos que eu ia. Foi tranquilo? Sim. Recomendo? Não! Principalmente se você vai para um lugar em que não é fluente na língua. 

Se é a sua primeira viagem internacional, pesquise qual empresa de telefonia local oferece o plano mais em conta. Muitas já dispõem de planos temporários pré-pagos em que você usa o chip por apenas um mês e depois o número é cancelado. 

15 – Prepare a playlist e aproveite! 

Sempre que eu viajo, gosto de preparar uma playlist com músicas que tenham a ver com o lugar para eu poder imergir 100% na vibe da cidade e também ir adicionando novas faixas que vou descobrindo ao longo da viagem. Depois que retorno, volto a escutar essas playlists para sentir aquela nostalgia gostosa. 

Se você quiser sugestões de músicas para viajar, segue meu perfil no Spotify: https://open.spotify.com/user/31mymnwcpam4ddlcixkx6oe2fgz

Aqui tem algumas playlists para você curtir:

E você, tem mais alguma dica para compartilhar sobre organizar uma viagem internacional sozinho sem a ajuda de uma agência de viagens? Escreva aqui nos comentários.

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